Brasil é um dos países onde o rico paga menos imposto. |
Pelo histórico brasileiro, quando se fala em aumento de impostos geralmente subtende-se que as pessoas da base da pirâmide pagarão o maior ônus. Diz-se que os mesmos não tem o poder de se defender de tais medidas, o que parece ser correto.
O fato é que, proporcionalmente, hoje os pobres seguem pagando mais impostos do que ricos no Brasil. Aqueles tem 32,8% dos seus rendimentos comprometidos com tributação, enquanto que para os 10% mais abastados, este índice é de 22,7%.
Outro ponto relevante é que o Brasil, apesar de ser um dos 30 países que mais cobram impostos no mundo, é o último colocado neste ranking quando se considera a qualidade dos serviços prestados à população.
É digno de nota, ainda, que o Imposto sobre Grandes Fortunas está previsto no artigo 153 da Constituição Federal (1988), mas falta, até hoje, regulamentação por lei complementar, sendo o único dos sete tributos federais previstos na Constituição que ainda não foi regulamentado. Porque não é surpresa?
Os que levantam a voz contra tentar fazer com que os ricos paguem mais impostos que os pobres, argumentam que fazê-lo seria um tiro no pé, por diversas razões: que este aumento acabará sendo repassado, que vai diminuir a atividade econômica, que as empresas vão embora do país, entre outros argumentos.
Contudo, com os dados apresentados observa-se uma situação tributária injusta e altamente promotora da pobreza em nosso País. Por isso, os que são favoráveis ao aumento são de opinião que isto permitiria reduzir a carga tributária sobre os salários, beneficiando sobremaneira a distribuição de renda no Brasil, o que é verdade e altamente desejável.
Assim, assume-se aqui, para o momento, uma posição simplificante e pacificadora: que a classe rica passe a arcar com a MESMA carga tributária que os mais pobres.
Somente isso!
Efetivando-se esta medida, os problemas que levaram o governo a necessitar do ajuste fiscal provavelmente poderão ser sanados, ao mesmo tempo em que haveria uma redistribuição de renda.
Alguém em sã consciência poderia dizer que seria injusto tal equiparação?
Esta é uma grande bandeira para os movimentos sociais... ou não?
Edival
24/06/2015.
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