sábado, 19 de novembro de 2016

O Jargão "PRIMEIRO CRESCER PARA DEPOIS DIVIDIR O BOLO" da Ditadura e o LIVRE MERCADO

O livre mercado é algo positivo, necessário não só para construir a riqueza de uma nação, mas também como condição sine qua non para que as liberdades de um povo estejam sendo respeitadas.

O livre arranjo de trocas que ocorrem entre duas ou mais pessoas, na forma de um acordo voluntário entre elas, define o livre mercado, e é algo fantástico, uma parte das condições primordiais para que exista a liberdade do indivíduo.

Contudo, agora começam as restrições.
Primeiro, mesmo o livre mercado tem de ter regras, apesar desta afirmação parecer contraditória. O LM tem de vir para construir a riqueza sem que haja concentração na mãos de poucos, e deve seguir sem destruir a natureza. E como fazer com que isto aconteça?

Libertários esbravejarão, mas digo: não existe e nunca vai existir país com "livre mercado" sem várias regras e regulamentos, seja qual for o tipo de governo, ou a ausência dele, ou mesmo em um estado de democracia pura, Não vale a pena, neste texto, fazer um detalhamento sobre o tema, que sempre rende discussões eternas.

Então, quando dizem que o livre mercado é a condição que vai debelar a miséria, meu queixo cai.
É só olhar o mundo atual, é só olhar o passado!
O "livre mercado" per si não tem condições para livrar o mundo da miséria, pois não deixa de ser uma "lei do mais forte". Os milionários e as grandes corporações, por esta lei, sempre conduziram e conduzem as coisas a seu favor, como mostra a história e o status quo.

O livre mercado deve ser conduzido como um fluxo, que é uma maneira de pensá-lo. Assim, um fluxo, como a água de uma cidade, se bem conduzido abastece as casas e traz vida; se deixado sem direcionamento, destrói as casas dos fundos de vale, exatamente onde moram os miseráveis.

Esta é a falácia do livre mercado, extensamente utilizado pela ditadura militar do Brasil, resumido na frase "PRIMEIRO CRESCER PARA DEPOIS DIVIDIR O BOLO", como forma de justificar medidas pró-mercado/indústria, produtoras de miseráveis e que, como podemos ver ao olhar para nosso País, só intensificou a concentração das riquezas nas mão de poucos.

Escrevo este texto pois o momento atual é perigoso. O caos que está o Brasil pode dar energia para o retorno da ideia miserabilizante de que o é necessário crescer primeiro na forma de uma "ditadura do livre mercado", "sem que o governo atrapalhe", e assim a miséria deixará de existir. É muita ingenuidade, falta de senso histórico ou má fé propalar tal ideia.

Um país com um PIB gigante pode ser altamente injusto e excludente!

Não se deixem levar pelo canto da sereia dourada, pois milhões podem ser levados para o fundo do mar sem peixes, enquanto poucos estarão na superfície em seus iates luxuosos conduzindo o fluxo a seu favor.

Que o Livre Mercado seja um promotor de riquezas, justiças e liberdades – para nós e para os nossos descendentes.

EdiVal
19/11/2016

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