Na luta contra o golpe militar, foi duramente combatido e jogado na ilegalidade.
Teve seu papel, também, na redemocratização do País.
Atualmente, por força de um momento estranho de crise educacional, o movimento ressurge com força. Desde 2015, já foram vistos diversos atos motivados por variados acontecimentos, tais como:
Ato 1. Nos meses finais de 2015, estes movimentos, na forma de ocupação de escolas, principalmente em São Paulo, voltaram às manchetes do noticiário político brasileiro devido a um projeto de reorganização escolar do governador Geraldo Alckmin, levado à frente sem consulta à sociedade e muito menos aos estudantes. Este movimento levou à ocupação de centenas de escolas em todo o estado e ao recuo do Governo.
Ato 2. Novamente em São Paulo (2016), um vergonhoso escândalo de desvios nas compras de alimentos (merenda) destinado aos estudantes leva os alunos a ocupar novamente as escolas, culminando na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo.
Ato 3. Na mais forte e articulada mobilização e em ação no momento (out/2016), como protesto à "PEC 241" (que propõe congelar os gastos públicos por 20 anos), à reforma do Ensino Médio e ao projeto “Escola sem Partido”, o movimento já alcança aproximadamente 20 estados em todo o país e quase mil escolas ocupadas.
Independentemente de quaisquer argumentos de contrariedade, clamando por motivação ideológica, manipulação dos alunos por grupos de esquerda, de molecagem pura e simples ou de um antidemocrático atropelo dos direitos de outrem, muita coisa vai ficar deste movimento.
Movimento este inimaginável antes de acontecer, diga-se de passagem.
Sim, muitas lições a sociedade e a juventude está tirando e ainda vai tirar desta onda secundarista, tais como:
-Um antigo instrumento de pressão e uma nova forma de fazer política;
-Uma nova relação de toda a comunidade com a escola pública;
-Percepção de que aluno pode, sim, ter voz e mudar seu futuro educacional e dos que vierem;
-Que a união, mesmo de jovens considerados imaturos, tem poder e pode se fazer ouvir, levando ao crescimento de toda a sociedade;
-Que esta união pode ser feita de maneira bela, positiva, como se viu com alunos pintando as escolas ocupadas, consertando, limpando, promovendo atividades culturais e outras ações de mesmo teor;
-Que os jovens tem garra e coragem, suportando pressão e agressão por parte dos políticos, dos movimentos conservadores, das forças de repressão do governo.
Em: http://educacaointegral.org.br/wp-content/uploads/2015/11/pintando.jpg |
Quantas lições mais?
Certamente uma infinidade delas! E, além disso, um sentimento e uma percepção subjetivas de que se pode ter esperança em um futuro melhor para o País, cada vez mais democrático e pleno de ideias novas, graças ao que vem demonstrando esta juventude.
EdiVal
02/11/2016
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