terça-feira, 2 de junho de 2015

A Diferença Entre Ser da ELITE e Praticar o ELITISMO

Os movimentos sociais brasileiros/mundiais eternizaram (em muitos casos, demonizaram) o termo "ELITE" como uma contraposição negativa ao (explorado) povo, este mais simples e menos abastado.
O que eu gostaria de dizer neste caso é que aqui também vale a velha e sábia regra do bom senso, devendo-se ter muito cuidado com generalizações, pois podem levar a injustiças e indisposições bélicas desnecessárias entre largas fatias de população.

Para começar, existem muitas classes daquilo que chamamos de "elite": intelectual, artística, esportiva, econômica. O mal mora nestes grupos por serem da elite? Obviamente, não!
Ser da elite é como, por exemplo, pertencer à classe médica: não é porque estou lá que vou fazer parte da máfia de branco ou tratar mau meus pacientes do SUS.
Nela (a elite), não reside nem o bem nem o mal por si só, pois a escolha do lado que uma pessoa ou grupo irá se mover depende do caráter e da oportunidade – daí a importância de sistemas que limitem excessos.

Por este motivo, não acho justo falar da elite brasileira como sendo, inexoravelmente, "do mal", pois obter o sucesso e passar a pertencer ao que é classificado como uma posição social elevada não implica um salto automático para uma "casta superior" e não é garantia de crescimento do tal "rei na barriga".

Esta condição é denominado de ELITISMO, definido como a posição daquele que se ASSUME parte de uma casta superior, e que movido por este pensamento doentio defende posições próprias desta crença e busca, sempre, o favorecimento de si próprio e de sua classe minoritária.

Poderíamos, talvez, passar a denominá-la de "elite reacionária", ou "elite egoísta", quem sabe. Alguma sugestão?

Sem dúvidas, na Terra Brasilis estes se encaixam na descrição da "elite" de que falam os movimentos sociais e muitos intelectuais: família branca, cristã, bem vestida, clean, hipócrita, preconceituosa, anti-distribuição de riquezas e oportunidades.
Carregam o ranço escravagista e o desprezo – quiça ódio mortal –aos favelados, pedintes, moradores de rua.

Os elitistas adotam o urbanismo da sociedade estratificada, com territórios bem demarcados: a favela dos pretos miseráveis, o bairro da periferia que mora o pobre servil, o gueto dos desenquadrados.

Para eles, o menino que rouba um doce no mercado merece ser linchado, morto, aprisionado; já para o adolescente bem-nascido que coloca fogo em um mendigo, só as benesses de um sistema de justiça que, na maioria das vezes, privilegia que tem dinheiro e poder.

Os elitistas não se envergonham de serem favoráveis ao extermínio de brasileiros infratores por parte das forças policiais e de qualquer um que não se enquadre em seu protótipo de mundo ideal: pobre é o trabalhador braçal e a empregada doméstica que durma no emprego; estes, tem de estar agradecidos pela oportunidade de trabalhar em sua dura jornada, e devem sempre saber bem "com quem está falando".

Em resumo, "elite" é algo, per si, neutro - nem bom nem ruim; já "elitismo" é partidário e excludente e, segundo este ponto de vista, ser parte de uma elite pode ser amplamente positivo e desejável – já que implica sucesso e não, necessariamente, uma postura negativa; já ser elitista é, sempre, humanamente condenável.

Para terminar, reitero que o objetivo deste texto é passar toda contraposição que acompanha o termo "elite" aos "elitistas", e também ser um passo em direção à paz entre as camadas menos favorecidas (e seus defensores) e as classes mais privilegiadas, bem como tentar trazer uma maior consciência aos "elitistas".

Somos todos iguais em humanidade, e que nenhum ser humano acredite no contrário!



EdiVal
02/06/2015

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