segunda-feira, 4 de maio de 2015

REUNE: União e Renovação das Esquerdas Democráticas do Brasil.

O assunto que trato neste texto é a evidente, urgente e necessária renovação e união de todos os segmentos de esquerda no Brasil.

Toda discussão será centralizada em função de uma ideia – entendendo ser ela o caminho mais rápido, senão o único possível no curto ou médio prazo – para que esta desejada renovação e união se efetive em nível tal que tenha o poder de mudar o status quo do segmento político de esquerda no Brasil, sem dúvidas em um de seus piores momentos.

As sugestões que serão feitas tem a intenção de ser apenas o gatilho, o movimento inicial de uma construção que, se caminhar por suas próprias pernas com a adesão em massa das pessoas e instituições de Esquerda, possa culminar em uma grande renovação destes – elemento necessário para que, assim como há um passado a se orgulhar, haja um futuro de grandes conquistas para o povo e a nação brasileira com a efetiva contribuição de uma Esquerda forte, unida, democrática e avançada.

Como é notório nos últimos anos, a luta dos adeptos desta posição denominada "esquerda" em nosso País foi essencial para o incremento do bem-estar social, para o fim da fome, diminuição da miséria, para o fim dos flagelados da seca no Nordeste; enfim, para a melhoria do IDH e da felicidade de modo geral, além de outros índices importantes que refletem este extraordinário desenvolvimento social e econômico do País.

Mas também houve também muitos equívocos, onde se juntam diversas outras crises na forma de uma "tempestade perfeita". O movimento do lado do coração está dividido e acuado pelo crescer da radicalização, da belicosidade e da diminuição do espírito de corpo, o que não é bom para ele e muito menos para o Brasil.

Diante desta realidade – com dezenas de novas siglas sendo criadas, oferecendo as mais diversas propostas na tentativa de atrair os insatisfeitos – temos como resultado o enfraquecimento, a falta de consenso, a ausência de construção de uma agenda comum e de uma união empoderadora para este segmento político/ideológico.

Além disso, forças conservadoras e excludentes – ou mesmo fascistas – crescem como fenômeno mundial, resultado da crise iniciada em 2008 e do evidente desgaste do governo, o que é muito perigoso em relação a tudo que foi conquistado e a conquistar.

Em tempo: não se deve cometer o erro de achar que um movimento coerente, pacífico e bem intencionado com viés de Direita não possa existir; ao contrário: sem ele não há Democracia plena dentro do sistema político atual, e devemos aplaudir se acontecer. É um erro pensar em hegemonia político/ideológica.

Todos brasileiros devem trabalhar para que haja bom-senso, união, paz e prosperidade no Brasil!

Mas, contrariamente, o que se vê é o crescimento de um radicalismo ignorante e destruidor, fato este em que a Esquerda, não se pode negar, tem sua cota de responsabilidade. Deste modo, os esquerdistas devem assumir a gravidade desta crise para que ela possa ser pensada e combatida, e buscar o "jogo de cintura", a capacidade de ceder aqui e ali e de se unir em prol de algo maior: uma Esquerda forte e que tem o poder de mudar o País, trazendo justiça social e desenvolvimento equilibrado.

Enfim, são necessárias ações conjuntas, estratégicas, inteligentes, rápidas e efetivas!
O momento é de união, diálogo e ação pró-ativa massiva!

Assim, coloco aqui como proposta remediadora que se crie uma nova organização que reúna e una as esquerdas no Brasiljuridicamente constituída e com poderes  reais e efetivos, democraticamente outorgados por seus membros, e com um máximo de pontos uníssomos dentro de uma agenda comum a cada elemento constituinte, mas respeitando as diferenças entre os partidos e os movimentos individuais, de acordo com o princípio dos interesses coincidentes.
Não existe aqui nenhuma intenção de pedir para quem quer que seja que abandone suas posições, mas sim para que se UNAM no que é COMUM à agenda de sua ideologia, e assim fazer acontecer!

Vou denominar esta nova organização, inicialmente, de REUNE, significando "Renovação e União das Esquerdas", ou em uma versão mais estendida, "Renovação e União das Pessoas e Instituições Democráticas de Esquerda do Brasil".

O REUNE implica que a Esquerda leia minuciosamente o momento atual, e este olhar para si mesmo, indubitavelmente, deve ser profundo e renovador! Novos modos de pensar e de agir devem ser construídos e aplicados.

Por exemplo, a maioria da população brasileira entende que no Brasil de hoje só há espaço para um respeito profundo pela DEMOCRACIA. Então que a Esquerda assuma e lute para ser reconhecida também como uma união incondicional pela Democracia plena e, consequentemente, pela busca do aprofundamento dos instrumentos de participação democrática do povo nas grandes decisões que interferem  nos rumos do País.
E que isto fique claro no discurso da nova esquerda!

Necessita-se matar a arma poderosa e inverídica do discurso anti-comunista, inculcador de medos nas mentes dos cidadãos incautos, através de um claro compromisso de todos os partidos, associações e participantes do REUNE pela Democracia em seus estatutos e em uma, sugiro, "Carta à Nação".

Enfim, que esta já existente vocação democrática transpareça a todos os brasileiros!


Esta imagem, símbolo provisório do REUNE, também representa um novo modo para as esquerdas se apresentarem para o Brasil. Consegue identificar sua diferença básica?

Se o discurso atual dos organismos de Esquerda correspondem ao que procuram demonstrar, este caráter democrático abrangeria, ao meu ver, quase toda classe, excluindo automaticamente, como é óbvio, os mais radicais (que, ao que parece, representam a minoria absoluta).

Além disso, deve-se somar às pautas tão propaladas da Esquerda, tais como "reformas urbana e agrária, reforma tributária progressiva, reforma política e do sistema financeiro, auditoria da dívida pública, desmilitarização das polícias e democratização das comunicações" (Boulos, 2014), alguns outros que a atualidade impõe.

A primeira já se falou nos parágrafos anteriores: a DEMOCRACIA assumida e propagandeada. Outra, tão evidente nos dias atuais, é a necessidade de uma reforma política profunda, talvez mesmo revolucionária, que leve a austeridade e o enxugamento do sistema, a eliminação dos vícios e incompetências, propiciando a construção de uma nova realidade e criação de um novo ambiente político/administrativo/executivo/legislativo/judiciário; que também repudie o uso dos cargos e verbas públicas em benefício pessoal ou de aliados como, vergonhosamente, se vê desde que o Brasil foi descoberto. Deve-se construir um sistema que privilegie servidores públicos que encarem tal função como um sacerdócio, levando transparência, eficiência, honestidade e desejo que Brasil e população cresçam como Nação.

Outro ponto que urge é a obtenção de um significante salto na qualidade dos serviços públicos, correspondentes aos tributos que são atualmente cobrados.

A sordidez, sujeira e isolamento da classe política no Brasil não ficará impune muito tempo, se assim continuar – e se as mudanças não partirem de "cima para baixo", partirão "de baixo para cima", com todas as consequências características das grandes revoltas populares.

E isto vale para todas as instâncias do REUNE, que deve buscar, para o Brasil e para si mesmo, um pacto anti-corrupção, onde não se permita as negociatas, o poder pelo poder, a administração em causa própria; neste sentido, todas as medidas identificadas como remediadoras ou preventivas desta situação devem ser tomadas. A qualidade humana e compromisso dos integrantes e políticos/administradores ligados a essa nova Esquerda devem ser o maior possível.

A busca ilimitada pelo poder tem o (mau) cheiro da corrupção.

A Esquerda pode e deve liderar uma mudança profunda em todo o sistema político e nas instituições brasileiras!

Além disso, deve haver o forte compromisso com a PAZ e a NÃO-VIOLÊNCIA, com a tolerância às opiniões diversas e, como é característica da esquerda, o apreço ao novosem medos, conscientes de que estamos dentro de um mundo em transformação e totalmente imersos em nova realidade, dinâmica e cada vez mais acelerada.

As liberdades devem ser respeitadas e ampliadas; a desburocratização deve avançar para que a máquina seja azeitada; que se traga, cada vez mais, o povo bem perto para ajudar nas decisões do governo – e um dos meios para isso é criar um sistema abrangente de participação pública pela Internet.

Assim, deve haver também o indissociável comprometimento para com a INOVAÇÃO, o CONHECIMENTO e a DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, porque este é o único caminho que pode sustentar o crescimento e o empoderamento – presente e futuro – do País e de seus cidadãos, garantindo que as conquistas sociais não se desfaçam diante de um mundo altamente competitivo, ainda extremamente injusto e com cada vez mais recursos escassos.

Deve-se assumir, identicamente, que se almeja um Estado de bem estar social, ou melhor dizendo, de Justiça Social, considerando que todos tem direito a um mínimo das riquezas da vida, coisa que a Esquerda tanto preza.

Chamo este olhar, se todas diretrizes descritas acima são adotadas (e outras que vão no mesmo sentido), de "Esquerda Avançada". Outros espectros políticos "Avançados" também poderiam e deveriam existir.

Se esta ideia seguir adiante, deve haver, urgentemente, o aprofundamento das antiga pautas de luta, e a construção destas novas.

Enfim, considerando todos estes pontos, profundos e por isso difíceis de levar adiante, e o complicado momento atual, o REUNE em muitos momentos deverá ter a força de um super-partido de Esquerda – sem deixar de ser, por outro lado, generoso e conciliador.
O poder nunca deve obnubilar ou fazer desaparecer os nossos objetivos e nossa humanidade!

Então, neste espaço da websfera, coloco como sugestão esta união para ser a força motriz do renascimento das Esquerdas brasileiras e, se essa ideia continuar, por si só, caminhando para a frente e criando corpo, servirá como grande atrator de energias criativascorações idealistas e mentes brilhantes, além de catalizador cola da esquerda brasileira, se transformando na voz e braço forte das pessoas e instituições democráticas de esquerda no Brasil.

(Em tempo: os corruptos, os radicais, os que almejam o poder pelo poder ficam de fora).

Estes, portanto, são os primeiros pontos que posso sugerir como sementes desta novo pacto para a renovação. Desejo sinceramente que esta união da Esquerda aconteça, permitindo uma grande construção democrática na forma de um sacerdócio em prol do nosso País.

Uma Esquerda fraca e desunida não está sendo – e nunca será – boa para o Brasil!

Partidos, cidadãos e outras instituições democráticas de Esquerda: não é hora, absolutamente, de se pensar somente em si e de se espalhar.

União com renovação é a saída, é o futuro!

Vamos construir esta nova Esquerda?


Brasil, 1° de maio de 2015.

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