Como é de se esperar, defende e surfa na onda das ideias conservadoras – mas vai além e exagera em muitos pontos, até mesmo para o meio conservador.
Ele cresceu nas pesquisas – com chances reais de vitória – defendendo temas polêmicos, como a vigilância de mesquitas, a tortura de suspeitos, a construção de um muro separando os EUA do México, a deportação em massa de imigrantes, a desconsideração dos problemas climáticos, a diminuição dos direitos dos trabalhadores e apequenamento de toda assistência social.
Além disso, em discursos e gravações, revelou-se extremamente machista, misógino, preconceituoso, homofóbico e xenófobo.
Já no Brasil, existe um político que é sempre colocado como o “Trump brasileiro” até mesmo por jornais e sites internacionais: Jair Messias Bolsonaro. Em linhas gerais suas ideias e discursos estão em tudo bem representadas pela descrição de Trump feita acima, portanto não irei me delongar em reapresentações de tal teor.
Imagem: https://www.facebook.com/jairmessias.bolsonaro |
Sabemos que machistas, preconceituosos, xenófobos, ultra-capitalistas, fascistas, ditadores e truculentos existem e sempre existiram em todas as sociedades humanas, e considero que eles tem o direito de ser como desejam e de pensar como pensam, desde que não cometam atos contrários à lei ou – me valendo de uma visão mais humana – atropelem os direitos dos outras pessoas, do presente ou do futuro.
Assim, com a ascensão de figuras públicas e de sucesso com Trump compartilhando as mesmas ideias e filtros internos que, às vezes, guardam escondidos, muitas pessoas se sentem representadas em seus sentimentos e pensamentos, o que é humanamente compreensível. Todos temos um lobo interno desejando intensamente se expressar.
Outro ponto que se observa é que este "efeito Trump/Bolsonaro" é uma tendência de nível mundial e não pode ser desconsiderada.
O que não se pode negar é que tudo isso vai em uma direção contrária aos Direitos Humanos, ao Universalismo, à uma sociedade menos desigual, à Tolerância e à Paz; também não se pode negar que existe neste contexto uma aversão à derrubada de fronteiras, às diversidades sexuais, aos direitos das mulheres e das minorias, à ideia de riqueza para todos e ao enfoque ecológico; e também que existe, nestes grupos, uma filia à cultura do aprisionamento e dos linchamentos/torturas, ao belicismo, ao capitalismo do mais forte, e à diferenciação da sociedade entre castas, raças e gêneros.
Pessoalmente, acredito na paz entre os homens, na tolerância das diversidades, na riqueza para todos, na terra como um possível jardim onde poderiam conviver harmonicamente humanos, animais e plantas. Por isso, não posso deixar de tomar partido em prol de um mundo que agregue estes valores, e repudie as ideias separatistas e anti-civilizatórias advindas das "trumperizações" ou "bolsonarofilias".
Este é o meu posicionamento – mas sem ódios ou discursos bélicos (afinal, o contrário seria incoerência).
Termino este texto apresentando ao leitor a questão central do mesmo: que tipo de mundo você quer que seus filhos, netos e bisnetos herdem para que sejam felizes, independentemente de qual classe social e gênero a que pertençam, região do mundo em que nasçam, crenças que cultivem ou opções sexuais que adotem?
No presente, seu discurso, suas ideias e seu voto é uma energia que ajuda a moldar o futuro da humanidade.
Não esqueça!
EdiVal
22/10/2016