sábado, 24 de dezembro de 2016

O Estoicismo que Cabe aos Pobres neste Latifúndio

Brasil, terra de concentração de chão e riquezas, eterno latifúndio de possibilidades e sonhos.

Do céu se vê o quadro de pontuais e majestosas torres dos ultra-ricos ("os verticais"), explorando pequenos casebres miseráveis espalhados ao seu redor ("os horizontais"). As torres tem a bomba sugadora e o raio retificador, roubando para si a luz dos pequenos para que estes não enxerguem a triste realidade de sua própria condição, conduzidos por um facho planejado de luz acinzentada.

A estes pobres, resta apenas o recolhimento à sua própria insignificância ensinada, e a aceitação resignada do destino, inseridos, sem saber, em um grande plano de estoicismo conduzido.

Como pensar além se nascem e vivem sem ser iluminados pela luz das ideias libertadoras e sem alcançar, através de uma educação significativa, o pensar mais profundo que os possibilitaria enxergar o quadro da injustiça vivenciada no dia-a-dia?

Os pobres são os estoicos inconscientes; é a resignação planejada!

A pobreza – de prata e conhecimento – é uma corrente que aprisiona os miseráveis a seus "verdadeiros lugares" – e uma venda negra que obscurece qualquer possibilidade de enxergar-se explorado.

Os que levantam a voz – sem terras e moradia, ecologistas, universalistas ou escravos  são castigados e dizimados a mando dos senhores da terra, das tentaculósas corporações e dos grandes engenhos, como solução final exemplificadora, para que todo rebanho se mantenha sempre sob pastoreio direcionado.

As ideias, estas eles sufocam perfurando as cabeças daqueles que as produzem!
O medo e a ignorância, assim, sobrepõe-se à qualquer possibilidade de dignidade e justiça.

Onde há elitismo sanguessuga desaba a classe dos sem-nada, roubados até mesmo do direito de ouvir o grito de sua própria voz!
É o estoicismo imposto pela mão forte e cruel que esmaga, e que subtrai a luz dos pequenos!

É a vida segue conformada desde sempre por este latifúndio.

EdiVal
24/12/2016

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONSERVADORISMO NA SOCIEDADE ATUAL

É difícil definir o que é ser "conservador".

Vê-se na frenética sociedade atual que muitas pessoas se autodenominam conservadoras.
Mas rapidamente me surge a seguinte questão: adeptos de qual conservadorismo?

O que eles querem, pensam e tem medo, afinal?

Há que se pensar: em nome desta postura, muitas sociedades foram a favor de escravidão, da evangelização forçada, da segregação racial; mesmo hoje, sociedades continuam atuando neste sentido, ao matar mulheres que fogem das regras, ou permitindo que velhos se casem e violentem crianças indefesas.
No Brasil são muitos exemplos, como a sociedade conservadora que existia no sertão nordestino, lado-a-lado com o coronelismo, e que viveram como reis ao sugar a vida e os recursos de milhões de flagelados da seca.

O que eu quero dizer com os exemplos negativos colocados acima é que não devemos confundir conservadorismo com elitismo, pois estes só querem a manutenção de seu poder e status a qualquer custo; também não devemos confundir conservadorismo com opressão, fascismo, ditadura (de direita ou esquerda, liberal ou conservadora) e outros egoísmos radicais.
Contudo, para melhorar a conversa, devemos deixar fora deste olhar os "ultra-conservadores", pois carregam o mesmo mal que cola em qualquer fanatismo ou radicalização.

Tentando reproduzir aqui a imagem que construí em minha mente para os adeptos desta postura de vida, podemos dizer que o conservador reage mal às mudanças rápidas, são céticos, desconfiados e facilmente se sentem desconfortáveis em uma sociedade "cujos movimentos seus olhos mal podem ver". E não há nada de mal nisto!
Aliás, são indispensáveis como parte do equilíbrio de uma sociedade.

Respeitam como necessidade a figura da autoridade, das instituições, de seu Deus, da moral vigente, procurando seguir as regras e respeitar o tempo das coisas.

Conservadores podem ser nossos pais, amigos, amantes e filhos. Pode ser alguém que admiramos e amamos profundamente.
Pode ser a peça fundamental de muitas engrenagens.
Pode ser o fiel da balança!

Aos progressistas: quando vivermos em uma sociedade justa, sem miséria e sem que os trabalhadores tenham de vender seu trabalho, tempo e saúde por um salário de miséria, ou em uma sociedade que garanta moradia,educação e saúde universais de qualidade, você não será, também, um feliz conservador em paz com sua consciência?
Aos conservadores: uma sociedade sem quadros de miséria e necessidade, também não lhes desce melhor?

Afinal, todos nós – conservadores ou progressistas – não desejamos um mundo que caminhe em direção ao caos, seja ele social ou ecológico.

O pesadelo de um conservador são as rupturas abruptas e as revoluções!
A de um não-conservador também deve ser, pois revoluções podem ser de qualquer tipo.

Em um outro ponto de vista, para muitas pessoas um conservadorismo multi-abrangente só é aceitável em uma sociedade justa e humana – e isto é uma postura razoável!
Em uma sociedade com estas características, serei eu o primeiro avesso às mudanças – mesmo às com boas intenções – pelo medo (em tudo, coerente) de desestabilizar o equilíbrio positivo tão duramente alcançado!

Que tal progressistas e conservadores estabelecerem um ponto comum, que é a construção de uma sociedade mais justa e sem quadros de miséria humana, onde crianças morrem ou tem seu futuro comprometido com a desnutrição? Vejo isto como perfeitamente possível!

Os mais afoitos acharão que tal condição é fácil de ser alcançada, desde que haja profundas e urgentes mudanças; os mais pessimistas pensarão em mecanismos mais lentos e controlados.

Necessita-se das duas posturas!


Crédito da imagem: http://www.pragmatismopolitico.com.br/

EdiVal
23/12/2016

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

PORQUE O SENHOR ATIROU EM MIM? O Último Suspiro dos Marginalizados

PORQUE O SENHOR ATIROU EM MIM?

Foram estas as derradeiras palavras de uma criança injustiçada; pobre alma que sobre si, antes do último suspiro, viu seu carrasco e levou a imagem consigo para a outra vida.

A frase, dita na hora da morte por mais uma criança pobre morta por policiais despreparados, sintetiza todas as dores carregadas de perplexidade dos excluídos, dos "favelados". Condensa cada atropelo dos direitos e da dignidade humana por parte dos "mais fortes".

Pode ser também o último grito da periferia, a derradeira (in)justiça imposta aos fracos, o quadro final dos pobres pintado com dor e covardia.

Douglas Rodrigues, 17, não reagiu à abordagem dos policiais.
Sua mãe conta, em uma entrevista ao SPTV, da Rede Globo:
"Ele acordava todo dia às 4h30 para ir trabalhar. Voltava, tirava uma sonequinha e ia para a escola", lamentou. "Ele ainda perguntou: 'Senhor, por que o senhor atirou em mim?' Nem ele sabe por que tomou um tiro", disse. "Eles [policiais] não sabem a dor que estou sentindo", desabafou.
A morte do "neguinho da favela" é muito diferente do riquinho dos Jardins - que, para começar, nunca morrerá por este meio, e jamais sentirá a dor destes pequenos.
Ao contrário: você sabe com quem está falando?

É a diferença entre o "Estudante preso com droga" e o "Traficante preso com droga" das manchetes dos jornais. E não, não era o caso de Douglas, um menino batalhador.

O dedo dos algozes é rápido quando segura uma arma contra um pequeno.
O pequeno poder é o mais covarde de todos!

EdiVal
08/12/2016

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Brasil em Singularidade Moral Distorcendo seu Espaço e Tempo

Brasil segue a linha do tempo
mergulhado desde a origem na trajetória do caos.

Foram as condições do primeiro momento
que construíram este sistema degenerado?

A força do saber com fundamento
repousam na inércia de um povo fissionado.

Só se vê honestidade na singularidade
e nada nos pontos da civilidade!

Pleno vertedouro de injustiça em curso,
grande sumidouro de vergonha e recursos,

Riquezas subtraídas por um vórtex distal,
mas uma reação em cadeia para o ínfimo vislumbre de justiça social...

Assim, alimenta-se o buraco negro da insanidade,
Num espaço vazio de humanidade.

Adotamos, inertes, o coeficiente negativo da reta graficada
e o ponto de menor eficiência aplicada.

Relatividade da justiça na zona de pobre energia
E um pequeno quantum de democracia!

Aplicando suas condições de fronteira,
eles nos dão o ônus da prova finalizada!

Educação para quê?
Big-bang de você!

Se eles subtraem a população brasileira!
Vamos dividi-los pelo infinitocracia?

Fazer o que querem... uma ova!
Supernova! 
EdiVal
05/12/2016

sábado, 3 de dezembro de 2016

O que Podemos Aprender com a Tragédia da Chapecoense?

Podemos aprender, com a terrível tragédia que levou um time inteiro, que a ganância das empresas e seus dirigentes leva, cedo ou tarde, a acidentes e que não há espaço para tal.

Que todo cuidado é pouco e, assim, todos os protocolos de segurança devem ser respeitados, sem que se fique buscando brechas para burlá-las, pois envolve vidas!

Que quando se verifica uma possibilidade de algo dar errado na aviação, é melhor pensar que vai dar e agir!

Que não adianta procurar culpados para linchamentos, mas sim os pontos falhos para que aprendamos com os erros que levaram ao acidente e, assim, se possa mudar o modus operandi e salvar vidas futuras.

Que não se leva vantagens tentando ganhar pontos ou dinheiro com a dor dos outros.

Que é muito melhor um clima de harmonia, de perdão, de homenagem e de legado, pois aí algo de bom se tira do luto, tal qual as famílias que doam os órgãos de seu filho morto e sentem que teve nesta morte algum significado; assim, de certa forma, o ente querido ainda vive neste mundo, nas vidas que ajudou a salvar com seus órgãos e, neste caso, no legado que deixou para o futebol, para o Brasil e para a aviação.

Vimos como um País vizinho pode ser solidário, como um mundo em que prevaleça a comunhão e paz entre os povos pode ser belo e inspirador!

Vimos, enfim, como o povo brasileiro é forte, como existem tesouros que só aparecem nas situações críticas, expressos em atos de grande nobreza.

Enfim, que a grandeza está, sempre, no amor, na solidariedade e no perdão.


E, agora também por suas ações neste episódio, Fora Temer!

EdiVal
03/12/2016

domingo, 27 de novembro de 2016

As Crianças e os Predadores Sexuais: Atenção Pais!

Este é um artigo de utilidade pública cuja leitura recomento fortemente a todos os pais e responsáveis.

Neste texto é explanado, de maneira prática e direta, uma das mazelas mais cruéis e disseminadas na sociedade: O assédio e atividade sexual que muitos indivíduos impõe ou tentam impor às nossas crianças, tendo como criminosos homens e mulheres, idosos e jovens, desconhecidos e conhecidos (parentes inclusos) – muitos dos quais acima de qualquer suspeita. 

São predadores sexuais pertencentes à mais baixa escala humana, e – infelizmente – podem estar na forma de padres ou pastores, tias e sobrinhos, primos e vovozinhos. Neste tema, colocar  a verdade de maneira explícita é necessidade, pois a ingenuidade ou inação dos responsáveis pode permitir que más intenções cheguem aos pequenos causando grande sofrimento pela vida toda.
[1]: "1,8 milhão de crianças e adolescentes no mundo sofrem abuso". 

Anote: especialistas nos contam que até 30% das pessoas do mundo apresentam pelo menos traços de psicopatia e até 3% podem ser classificadas como tal [2]. Minha estatística pessoal – derivada da experiência e de pesquisas diversas – é de que os mesmos índices se apresentam para o número de pessoas que nutrem algum grau de desejo sexual e fantasia com crianças, o que significa, papai e mamãe, que vocês conhecem várias pessoas que poderiam chegar a atos hediondos desta natureza, se a oportunidade aparecer, e nenhum indício desta tendência é mostrado. 
E eles podem ser qualquer um! 

É grave, é real, é perigoso! Tendo uma clara percepção desta realidade, senti a necessidade de colocar esta visão na forma de um documento – como reforço às campanhas existentes – com o intuito de alertar pais e responsáveis, de uma maneira mais crua, desse perigo. 

Para mudar essa realidade e proteger nossos jovens e crianças há a necessidade de ação e atenção prévias por parte de todos. Contudo, assunto é um tabu e, além disso, pessoas boas não terão coisas deste nível em mente, pois enxergam todos os que os cercam como bons também – e isto pode ser fatal para um futuro sem traumas dos pequenos! Pessoas más, em geral, escondem sua natureza para obter vantagens. Parece óbvio mas na realidade do dia-a-dia não é.

Se formos seguir uma linha do tempo dos perigos que espreitam nossos filhos, o primeiro fato que deve ser explicitado, caros pais e responsáveis, é que a criança deve ser protegida desde seu nascimento, pois existem perversões tão baixas que podem atingir os nascituros. Este é, indubitavelmente, um dos fatos mais hediondos que se apresenta à realidade (e que nos destrói por dentro saber).

O segundo fato a se ter em mente que não é tão óbvio e que é necessário explicitar, envolve as interações criança-criança

Devemos ter em mente que os pequenos, deixados relativamente livres para interações com grupos diversos de pessoas, serão indubitavelmente expostos à uma sexualidade imanente, mesmo que se relacionem apenas com outras crianças.
 
Lidar com este fato é difícil, pois brincadeiras sexualizadas na infância podem fazer parte de um desenvolvimento sexual saudável para a adulticidade (vide Freud!). Minha recomendação para este fato é se cercar de informações – se possível com a orientação de um profissional –, e ter um grande cuidado para não gerar traumas e culpas, se algum fato vier à tona ou uma tendência for percebida.

Adicionalmente, recomento fortemente um olhar mais atento às crianças maiores (do sexo oposto e do mesmo sexo!) pois quanto maior a diferença de idade maior a possibilidade de dano. 
Esta possibilidade pode não passar pela cabeça dos pais pela dificuldade de imaginar tais pensamentos e ações por parte dos pequenos, mas devemos ter isso em mente, pois é algo natural do desenvolvimento sexual infantil.

Devido a isso (também), chamo fortemente a atenção para a necessidade da EDUCAÇÃO SEXUAL – sem interferências ideológicas ou religiosas – pois a cognição e uma boa estrutura emocional são ferramentas que a criança pode usar para se auto proteger, e cabe a nós, adultos inteligentes e amorosos, proporcionar isso.  

A Educação nos engrandece e protege deste os primeiros anos!

Como já foi citado, outro fato difícil de lidar (e sequer imaginar), é que parentes e outras pessoas do convívio próximo podem representar este tipo de perigo. 
Não é diferente com padres e pastores, pois a religião remete à fé, em que confiar plenamente faz parte do que nos é ensinado. Além disso, estes estão em uma situação de poder, facilitando a materialização de más intenções, quando estas existirem. Como saber?  Resta proteger.

O que se conclui com todos estes fatos é que se deve deixar a inocência de lado e ter extrema precaução ao deixarmos uma criança sob cuidado de terceiros, ou para brincar com os(as) amiguinhos(as). Como foi dito, estatísticas derivadas de pesquisas sérias comprovam que você conhece e convive com muitas pessoas que, apesar de não demonstrarem, são capazes de fazer coisas bem ruins. Os noticiários nos mostram isso todos os dias.

Nunca é demais enfatizar: monitore a atividade online do seu filho. A internet é uma janela que permite que milhões de pessoas e milhares de más intenções tenham acesso ao seu filho. Pedófilos com perfil de uma criança pueril, por exemplo, é um fato que se vê todo dia. Além disso, uma sexualização prematura e danosa certamente chegará até ele. 
Por isso, um controle permanente das atividades online das crianças é necessidade básica nos dias atuais. 

As crianças necessitam de um controle parental na vida real e virtual!  [3]

É difícil mas necessário: devemos ligar uma chave complexa de dois polos em nossa mente que permite que confiemos, mas com um sagaz olhar atento, entendendo que este modo de agir é uma obrigação e necessidade daqueles que tem um o mais pequeninos sob sua tutela. 

Enfim, esta é a vida humana como ela é, e exige que pratiquemos um amor protetor. Cuide, ensine, coloque limites nas crianças e em suas interações. Confie e desconfie ao mesmo tempo. 

Por último, não cometa o erro de deixar morrer sua fé por conta desse saber, não se perca. Você, como responsável amoroso, apenas estará sendo protetor, inteligente e esperto, e deve se orgulhar disso, pois transborda um AMOR CUIDADOSO, 

E sejam felizes, você e os pequenos seres que o Universo colocou sob seus cuidados amorosos.

Futuramente pretendo elaborar e estender mais este artigo na forma de um livreto/manual, colocando este tema de maneira mais embasada com referências, experiências próprias e relatos de pessoas próximas a mim. 

Quem ama, cuida! 


Edival.


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[1] https://www.itu.com.br/saude-beleza/noticia/inocencia-roubada-a-triste-realidade-do-abuso-sexual-20100325

[2] https://www.jusbrasil.com.br/noticias/psicopatas-ocultos-e-inversos/180463016

[3] "O controle parental é um conjunto de ferramentas que permite aos pais controlar o acesso das crianças à internet e a outros dispositivos, como computadores e sistemas operacionais". 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

E o Brasileiro Escolheu o Caminho da Dor...

Os espiritualistas tem uma frase que diz: "quem não aprende pela via do amor, aprende pela via da dor".
E é esse o caminho que os brasileiros, infelizmente, escolheram.

Viemos à vida para aprender, crescer e sermos felizes; para construirmos, aceitar e ajudar as pessoas com todas suas diferenças.
Ninguém vem à vida para agredir, desejar e fazer o mal ou ser infeliz.

Mas os tempos estão esquisitos: o brasileiro cordial provou ser um mito!
Polarizamos, desejamos que o outro morra, linchamos (independente da culpa), roubamos, corrompemos e não aceitamos ideias divergentes.

Estamos irracionais, agindo feito retardados, matando nosso futuro.
E, pecado dos pecados! Agredimos a Democracia! o maior erro que podíamos cometer...

Ainda regamos este ato com ódio, e assim demos poder maior aos corruptos, aos interesseiros, à corporocracia, às nossas instituições falhas e a um mar de interesses vis.

Com isso, os 3 Poderes aumentam os próprios salários/privilégios e se blindam tentando escapar de qualquer possível Justiça, enquanto os direitos do povo evaporam, a miséria cresce, e os recursos para a educação, a ciência e a saúde minguam.

E agora, quantas décadas vamos levar para recuperar o bom senso, nos unir como um só povo, e assim construirmos um País que valha a pena, justo, acolhedor, que se desenvolva sustentavelmente e que privilegie uma sociedade pautada no conhecimento, na fraternidade, e que busque seu lugar no mundo?

Somos muito pequenos, e é exatamente a diferença que nos lembra que apenas interpretamos as coisas à nossa maneira (não necessariamente a melhor).

Que tenhamos sabedoria para parar e escolher um caminho mais sábio e produtivo, com menos dor e mais amor!

Somos todos irmãos!

EdiVal
24/11/2016

sábado, 19 de novembro de 2016

O Jargão "PRIMEIRO CRESCER PARA DEPOIS DIVIDIR O BOLO" da Ditadura e o LIVRE MERCADO

O livre mercado é algo positivo, necessário não só para construir a riqueza de uma nação, mas também como condição sine qua non para que as liberdades de um povo estejam sendo respeitadas.

O livre arranjo de trocas que ocorrem entre duas ou mais pessoas, na forma de um acordo voluntário entre elas, define o livre mercado, e é algo fantástico, uma parte das condições primordiais para que exista a liberdade do indivíduo.

Contudo, agora começam as restrições.
Primeiro, mesmo o livre mercado tem de ter regras, apesar desta afirmação parecer contraditória. O LM tem de vir para construir a riqueza sem que haja concentração na mãos de poucos, e deve seguir sem destruir a natureza. E como fazer com que isto aconteça?

Libertários esbravejarão, mas digo: não existe e nunca vai existir país com "livre mercado" sem várias regras e regulamentos, seja qual for o tipo de governo, ou a ausência dele, ou mesmo em um estado de democracia pura, Não vale a pena, neste texto, fazer um detalhamento sobre o tema, que sempre rende discussões eternas.

Então, quando dizem que o livre mercado é a condição que vai debelar a miséria, meu queixo cai.
É só olhar o mundo atual, é só olhar o passado!
O "livre mercado" per si não tem condições para livrar o mundo da miséria, pois não deixa de ser uma "lei do mais forte". Os milionários e as grandes corporações, por esta lei, sempre conduziram e conduzem as coisas a seu favor, como mostra a história e o status quo.

O livre mercado deve ser conduzido como um fluxo, que é uma maneira de pensá-lo. Assim, um fluxo, como a água de uma cidade, se bem conduzido abastece as casas e traz vida; se deixado sem direcionamento, destrói as casas dos fundos de vale, exatamente onde moram os miseráveis.

Esta é a falácia do livre mercado, extensamente utilizado pela ditadura militar do Brasil, resumido na frase "PRIMEIRO CRESCER PARA DEPOIS DIVIDIR O BOLO", como forma de justificar medidas pró-mercado/indústria, produtoras de miseráveis e que, como podemos ver ao olhar para nosso País, só intensificou a concentração das riquezas nas mão de poucos.

Escrevo este texto pois o momento atual é perigoso. O caos que está o Brasil pode dar energia para o retorno da ideia miserabilizante de que o é necessário crescer primeiro na forma de uma "ditadura do livre mercado", "sem que o governo atrapalhe", e assim a miséria deixará de existir. É muita ingenuidade, falta de senso histórico ou má fé propalar tal ideia.

Um país com um PIB gigante pode ser altamente injusto e excludente!

Não se deixem levar pelo canto da sereia dourada, pois milhões podem ser levados para o fundo do mar sem peixes, enquanto poucos estarão na superfície em seus iates luxuosos conduzindo o fluxo a seu favor.

Que o Livre Mercado seja um promotor de riquezas, justiças e liberdades – para nós e para os nossos descendentes.

EdiVal
19/11/2016

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Governos Ditatoriais não tem Ideologia nem Espectro Político: São Apenas Violências

Existem muitos tipos, sistemas de governo:
  • Governos de esquerda, de direita.
  • Governos conservadores ou liberais. 
  • Com Estado grande e Estado pequeno.
  • Com menos ou mais proteção social.
Contudo,governos ditatoriais não são e nunca foram de direita ou de esquerda, conservadores ou liberais. Nem nacionais-socialistas nem repúblicas democráticas. São e sempre foram, apenas ditaduras!

Governos ditatoriais não servem como comparação – seja como exemplo negativo ou como propaganda positiva – para nenhum tipo de governo ou espectro político.

Entende-se ditadura como um governo que não leva em consideração as necessidades e vontades de seu povo, usando a força para governar e abolindo as liberdades individuais que não lhes convêm.
E ditadores são apenas usuários do abuso de poder em massa, monstros genocidas travestidos de autoridade.

Por este raciocínio, um governo ditatorial reconhecidamente de direita como a de Pinochet no Chile não pode ser usado como exemplo de que "a direita matou dezenas de milhares". Não! A ditadura de Pinochet que matou.


Similarmente, o mesmo não pode ser dito sobre Cuba ou a antiga União Soviética, com governos centrais autoritários. Assim, o comunismo nunca matou milhões – foram governos ditadores que o fizeram.

Prova desta afirmação são os vários povos que se a História mostra e que viviam em perfeita harmonia em um estado de Democracia Pura e riqueza distribuída. A diferença é que não havia um ente central (sempre, de alguma forma, ditador), e sim dividido entre todos igualmente – riquezas, poder e saberes.

Outro ponto relevante ao tema deste texto é que nos países de maior IDH da atualidade encontram-se características de socialismo e de liberalismo, de proteção social conjuntamente com livre mercado. E todos os espectros políticos afirmam ser o seu preponderantemente e tentam usá-los como propaganda.

O que se vê nos debates nas redes sociais é exatamente isto. Cada qual dizendo o que lhe convém: que o nazismo é de esquerda ou de direita, que o comunismo ou o capitalismo matou milhões, que os países nórdicos são socialistas ou adeptos do livre mercado capitalista.

E vociferam que o outro é idiota por não enxergar "estas realidades claras"!

Enfim, as ditaduras – atropelando seu povo e destruindo a liberdade – são danosas per si, e geralmente refletem a loucura e crueldade humana quando esta tem grande poder concentrado em mãos. Apenas isso.

Um povo que não pode ser o que almeja ser, que não tem as rédeas do destino em suas próprias mãos, existe apenas como potencialidade – vegetando à espera de poder, finalmente, respirar os ares da Democracia verdadeira e bater livre suas asas, alçando seus próprio vôos – e o melhor: na direção que desejar.


EdiVal
17/11/2016

A Superexposição (quase) Invisível dos Moradores de Rua.

More na rua e obterá uma contradição odiosa: a exposição máxima enquanto se torna invisível!
Intangível.

Não é mais cidadão, ninguém olha por você, ninguém te protege.
Nem te rege.

Quando for notado:
um chagado!

Verá olhares reprovadores enojados, quiçá de ira!
De pira.

De quem, internamente, grita: desapareçam vagabundos!
Nauseabundos!

Trazendo o medo eterno de ser agredido, queimado, deletado.
Desalmado.

Desamado.



EdiVal
17/11/2016

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Pai Mata o Filho por Ocupação. De quem É a Culpa por Tamanha Tragédia?

Uma tragédia anunciada.
A prova cabal de uma sociedade doente.
Um dos maiores horrores que o ser humano pode produzir: um pai matar um filho por motivo fútil (discordâncias político/ideológicas).
Ódio puro. Fanatismo. Doença.
UOL.
Em uma visão mais profunda, a grande verdade é que o grande culpado reside na loucura do pai – na sua anormalidade, no seu desequilíbrio e no seu preconceito.
Fruto de uma visão deturbada do mundo e de uma emocionalidade torta.

Pobre pai, neste momento sua alma deve se contorcer de culpa e arrependimento.
É uma pena...

Mas alguns outros grupos de pessoas não podem ser isentos de uma parcela da culpa que lhes cabem neste manicômio. Fácil fácil eu acho meia dúzia deles:
  1. São culpados os que, sendo da família e círculos mais íntimos, apoiavam e alimentavam as ideias tortas do pai, certamente expressas no lar e nas reuniões familiares/sociais.
  2. São culpados os que, denominando-se amigos do progenitor, nunca discordaram de seus discursos de violência na mesa do bar ou no churrascão; mais culpados ainda os que concordavam com ele e estimulavam tais ideias.
  3. São culpados os fanáticos corajosos das redes sociais que sem medo postam sistematicamente conclamações de ódio e estímulos a ações violentas, dizendo muitas vezes que estes "esquerdinhas", "esquerdopatas", "esquerdosos", "petralhas" tem mesmo é que morrer.
  4. É culpada a imprensa que, às vezes, até aplaude "pretinhos amarrados em postes";
  5. São culpados os "direitistas" que entram na onda e enchem a boca como o discurso bélico.
  6. São culpados os que, sendo de esquerda, também surfam na onda deste clima de polarização violenta.
Nossas palavras, mensagens, mesmo em um ambiente aparentemente inofensivo como as redes sociais, podem encontrar ressonância, multiplicando efeitos nefastos, alimentando os sentimentos de ódio das pessoas, fazendo acontecer casos como este.

Tem muita culpa para muita gente. E, em alguns casos, seres que habitam as mais baixas escalas humanas produzem horrores como este do print abaixo:


Oxalá não produzamos nenhum tipo de colocação – escrita, falada ou postada – que reverbere e estimule qualquer tipo de violência.

Ao contrário, que nossa interação com o mundo promova somente a paz.
Chega de ódio!


EdiVal
16/11/2016

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Quando os EUA Revelam seu Terceiro-Mundismo

Estados Unidos da América: o país mais poderoso do mundo, o mais rico, o mais influente. Desenvolvidos, bélicos e orgulhosos!

Mas alguns fatos fazem pensar. Vistos isolados, poderia-se perfeitamente confundi-lo com um país do terceiro mundo.
Vejam alguns;
  • Presidentes manipulados, como se viu com Reagan;
  • Corporativismo: verdadeiros donos do País (aqui);
  • Escândalos sexuais (Clinton);
  • Manifestações de preconceitos profundos, levando a imagens degradantes e conflitos em "praça de guerra" (aqui e aqui);
  • Barbárie digna de guerra civil: gangues e revoltas de minorias por injustiças ou descasos; exemplo: os negros são massacrados e se revoltam. (aqui e aqui).
  • Fanatismo e fundamentalismo religioso, digno de mentes primitivas (aqui e aqui)
  • Alto índice de sem-teto e miseráveis, incluindo crianças (aquiaqui e aqui);
  • Eleição de um presidente boçal, assumidamente machista, misógino, preconceituoso, homofóbico e xenófobo (aqui, aqui e aqui);
  • À exemplo do Brasil, viu-se uma grande polarização e agressividade política nas últimas eleições, fazendo o povo americano e o mundo temerem pelo futuro (aqui e aqui).

A Internet ajudou muito a descortinar esta realidade, que sempre existiu, A imprensa livre também.
Contudo, nada disso é bom para o mundo.
Esperemos que os EUA, bem como todos os países e povos do mundo, cresçam como cidadãos da terra que são, irmanados na construção de um mundo melhor.

Paz.

O primeiro passo sempre passa pela autocrítica sincera de seu povo.


EdiVal
10/11/2016

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O MOVIMENTO SECUNDARISTA E A RENOVAÇÃO DA ESPERANÇA NO FUTURO DO BRASIL

Em um contexto histórico, desde a década de 40 o denominado movimento secundarista passou a atuar diretamente na busca por uma melhor educação para todos os brasileiros.
Na luta contra o golpe militar, foi duramente combatido e jogado na ilegalidade.

Teve seu papel, também, na redemocratização do País.

Atualmente, por força de um momento estranho de crise educacional, o movimento ressurge com força. Desde 2015, já foram vistos diversos atos motivados por variados acontecimentos, tais como:

Ato 1. Nos meses finais de 2015, estes movimentos, na forma de ocupação de escolas, principalmente em São Paulo, voltaram às manchetes do noticiário político brasileiro devido a um projeto de reorganização escolar do governador Geraldo Alckmin, levado à frente sem consulta à sociedade e muito menos aos estudantes. Este movimento levou à ocupação de centenas de escolas em todo o estado e ao recuo do Governo.
Ato 2. Novamente em São Paulo (2016), um vergonhoso escândalo de desvios nas compras de alimentos (merenda) destinado aos estudantes leva os alunos a ocupar novamente as escolas, culminando na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo.
Ato 3. Na mais forte e articulada mobilização e em ação no momento (out/2016), como protesto à "PEC 241" (que propõe congelar os gastos públicos por 20 anos), à reforma do Ensino Médio e ao projeto “Escola sem Partido”, o movimento já alcança aproximadamente 20 estados em todo o país e quase mil escolas ocupadas.

Independentemente de quaisquer argumentos de contrariedade, clamando por motivação ideológica, manipulação dos alunos por grupos de esquerda, de molecagem pura e simples ou de um antidemocrático atropelo dos direitos de outrem, muita coisa vai ficar deste movimento.

Movimento este inimaginável antes de acontecer, diga-se de passagem.

Sim, muitas lições a sociedade e a juventude está tirando e ainda vai tirar desta onda secundarista, tais como:
-Um antigo instrumento de pressão e uma nova forma de fazer política;
-Uma nova relação de toda a comunidade com a escola pública;
-Percepção de que aluno pode, sim, ter voz e mudar seu futuro educacional e dos que vierem;
-Que a união, mesmo de jovens considerados imaturos, tem poder e pode se fazer ouvir, levando ao crescimento de toda a sociedade;
-Que esta união pode ser feita de maneira bela, positiva, como se viu com alunos pintando as escolas ocupadas, consertando, limpando, promovendo atividades culturais e outras ações de mesmo teor;
-Que os jovens tem garra e coragem, suportando pressão e agressão por parte dos políticos, dos movimentos conservadores, das forças de repressão do governo.

Em: http://educacaointegral.org.br/wp-content/uploads/2015/11/pintando.jpg

Quantas lições mais?

Certamente uma infinidade delas! E, além disso, um sentimento e uma percepção subjetivas de que se pode ter esperança em um futuro melhor para o País,  cada vez mais democrático e pleno de ideias novas, graças ao que vem demonstrando esta juventude.


EdiVal
02/11/2016

sábado, 9 de janeiro de 2016

Brasil Estranho Brasil

Um dia, Tim Maia disse que o Brasil é o "único País em que puta goza, cafetão sente ciúmes, traficante é viciado e pobre é de direita".

Temos de dar o braço a torcer perante a realidade que nos é mostrada e considerar que aqui, nas terras de Santa Cruz, valem, além das que Tim citou, inúmeras outras estranhezas, contradições e paradoxos – muitas repousando no passado e, outras, atualíssimas!

Algumas podem ser legais; outras, nem tanto...(algumas são, na verdade, terrificantes!).

Este é o país onde o governo militar, perseguidor e torturador de "comunistas", e a quem  acusavam de comer criancinhas, foi na verdade quem o fez, ao submeter alguns pequenos à torturas hediondas, sugando-lhes a inocência e a alma.
Repito para olhos que não querem ver: a ditadura torturou criancinhas!

Onde os acusados pelos ditadores de nutrir o desejo de implantar o Comunismo, ascendem ao poder anos após e seguem todos os ritos democráticos, aprofundando a Democracia e a liberdade; para completar, em 2016 quem ainda os acusa aplicam um golpe na Democracia derrubando um governo legitimamente eleito.

Onde professores – uma dos sustentáculos de qualquer nação – são tratados como bandidos (PR, 2015), ou se veem na condição de reféns de estudantes sem limites e seus pais indelimitadores; onde jovens estudantes que lutam por mais educação são reprimidos com violência pela polícia (SP, 2015).

Onde crianças perdidas, vítimas da falta de estrutura e amor, amargando o preconceito e a indiferença, são depositárias de ódio encarcerador e extermínio.

Onde a eliminação da pobreza e da fome gera expressões de puro ódio e preconceito;

Onde a justiça é unilateral e arma vil de políticos inescrupulosos;

Onde a política da terra arrasada chega na forma de ondas destruidoras e periódicas;

Onde "quem tem ética parece anormal" (Mário Covas), e onde "sucesso parece ser ofensa pessoal" (Tom Jobim);

País que foi "a melhor colônia de Portugal, depois que deixou de ser colônia" (Alexandre Herculano);

Onde a população mostra "altivez nas baixezas, amor-próprio nas bagatelas e obstinação em puerilidades" (José Bonifácio de Andrada e Silva);

País que é "a prova de que geografia não é destino" (Millôr Fernandes);

País-continente, eternamente pertencente ao futuro – tempo este que nunca é presente.

Brasil estranho Brasil: misto de paraíso e inferno, em que se vive a todo tempo um amor estranho amor.

Ame-o, mude-o! 




EdiVal
09/01/2016