quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A boçalidade separatista no Brasil: quando o preconceito e o ódio se somam à estupidez

De vez em quando, ouve-se falar do desejo de alguns de dividir o Brasil em dois: tipo um Brasil do Sul, formado por São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do sul – e as vezes Minas gerais e Rio de Janeiro –, e o Brasil do Norte, que seria composto pelos outros estados "remanescentes".


Estou me referindo aqui aos que expressam um ódio profundo, desprezo e preconceito, direcionado a quem consideram inferiores: nordestinos, negros, índios e até mesmo judeus (mais algum grupo?).

Como os nordestinos, e até certo ponto negros e índios, se encontram locados na região Norte-Nordeste, que também são regiões mais pobres, estas áreas do território brasileiro possuem um grande percentual de protegidos por programas sociais governamentais; assim, também por este motivo, o Sul/Sudeste-maravilha gera manifestações agressivas constantes direcionadas à estas regiões e sua população a todo momento.

O que vemos nestes movimentos é o surgimento explícito de um novo demônio, uma nova possessão dos que se permitem odiar: a ira direcionada aos miseráveis que estão sendo assistidos pelo governo e ascendendo socialmente e que agora decidem eleições – isto é: TEM VOZ!


Luiz Carlos Prates: "qualquer miserável agora tem carro".

Olhem o que diz o camarada acima. Destilou ou não destilou a miserabilidade da alma?
Fernandinho HC também se manifestou (bem à la Prates), e disse que o voto no atual governo é o voto dos "menos informados".

É um ódio irracional, absurdo. É o ódio pelo ódio, pois não existem motivos históricos ou humanos para tal sentimento. Não quero aqui dissertar sobre as origens e causas do ódio, meu desejo é apenas mostrar como é estúpido expressar desejos separatistas neste País tão belo e rico – a mais legítima expressão da idiotice e da falta de visão (mesmo capitalista).

Talvez fosse o caso de lerem a fábula "a galinha dos ovos de ouro"... (já já veremos porquê).

Tive de vir aqui e me posicionar acerca destas coisas pois, devido à polarização das eleições de 2014, manifestações vis de preconceito em estado bruto pipocaram no Brasil, via rede mundial de computadores.
Houve – pasmem! – sugestões inacreditáveis diversas, desde jogar bombas atômicas até a esterilização em massa nas regiões Norte-Nordeste, motivadas por uma preferência destas regiões nas eleições presidenciais (2014) por uma candidata de esquerda, atual governo, que tem como um dos pontos fortes o investimento na camada mais pobre da população.

Tanto que neste mesmo ano, o Brasil saiu do mapa da fome da ONU (eu vejo Betinho sorrindo, emocionado).

Pelo ódio irracional, estas pessoas querem dividir, rasgar, separar, isolar – diminutivas que são.

Tudo bem, todos tem o direito de odiar (já que o ódio pertence à sua alma) desde que guardem dentro de si tal sentimento (e que se envenenem por ele e sejam corroídos, em uma autofagia do ódio, até que só sobre a humanidade – e assim se reciclem como seres humanos compartilhando o mesmo chão que outros iguais).

Sabe-se que os sentimentos intensos embaçam a visão, obnubilam o raciocínio, matam a capacidade criadora. Só pensando assim para poder entendê-los, pois nenhum brasileiro em sã consciência desejaria separar qualquer região que seja do país (bah! Mas nem mesmo um bocadinho, tchê).

É irrefutável que cada pedacinho deste chão privilegiado guarda riquezas humanas e naturais inestimáveis! Que cada estado é um negócio de trilhões de dólares, que cada povoado é uma fonte humana de criatividade e engenhosidade, com todo potencial de nos surpreender, orgulhar e gerar mais riquezas.

Vejamos alguns dados:
O Norte possui a maior reserva de água doce do mundo, a maior floresta, e a maior riqueza em biodiversidade, além de imensos recursos minerais – como as que estão na Serra dos Carajás e Oriximiná – podendo-se citar ferro (o mais puro do mundo), níquel, cobre, ouro, manganês, bauxita, estanho, e muito mais.
Ainda se escondem lá riquezas incalculáveis não descobertas, "submersas" no imenso mar de clorofila da floresta amazônica. Na Amazônia está o futuro!

E a nós pertence, privilegiados que somos!

Ao se perder o Nordeste, perderia-se também a maior fonte de sal marinho e de gesso, e jazidas de granito, tungstênio, scheelita, tantalita, berilo e pedras preciosas e semipreciosas, além do calcário necessário à produção de cimento e fosfato.
Perderia-se também mais de 30% do petróleo e do gás nacional.

Quem em plena posse de suas faculdades mentais esnobaria tais riquezas?

E os pomares padrão exportação na área do vale do São Francisco? O Nordeste tem o potencial de ser a Califórnia brasileira!

Iria para o espaço também a região com maior riqueza cultural do país, abriria-se mão das mais belas praias do Brasil e de um potencial turístico gigantesco (tchau tchau Fernando de Noronha!).
Está lá também o maior potencial eólico e solar (o futuro da energia limpa).

Vou parar por aqui, senão vão ser páginas e páginas de tesouros sem fim...

Ah, jamais se poderia esquecer das riquezas humanas!
Vou ajudar: quem em sã consciência não desejaria ser da mesma nacionalidade que Chico Anysio, Renato Aragão, José Wilker e Vagner Moura? Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil? E o orgulho de pertencer ao mesmo pais que Jorge Amado, Ariano Suassuna, Clarice Lispector e Rachel de Queiroz?
João Gilberto, Gregório de Matos e Manuel Bandeira?
Glauber Rocha, Ferreira Gullar e Rui Barbosa (o Águia de Haia)?
Clóvis Beviláqua, José de Alencar e Marechal Deodoro da Fonseca.? Assis Chateaubriand e João Cabral de Melo Neto?
Adib Jatene? Chico Mendes?
Os geógrafos de maior impacto no mundo, Milton Santos e Josué de Castro? Josué mudou a maneira como o planeta enxerga a fome, um verdadeiro merecedor de um Nobel da Paz.
Mário Schenberg, o físico teórico mais importante do Brasil?
Paulo Freire, um dos maiores pensadores da história da pedagogia mundial?
Nelson Rodrigues, talvez o maior dramaturgo brasileiro?

E muitos outros nomes Ad infinitum!

Então, caro leitor, se você soubesse de um povo que abriu mão disso tudo – sem fortes motivos ideológicos, históricos ou religiosos para tal – o que teria a dizer sobre ele?

Não, não precisa falar, e eu não vou escrever aqui para não ofender os que expressam tal bur... insanidade, combinado?

EdiVal
(09/10/2014)

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