Do céu se vê o quadro de pontuais e majestosas torres dos ultra-ricos ("os verticais"), explorando pequenos casebres miseráveis espalhados ao seu redor ("os horizontais"). As torres tem a bomba sugadora e o raio retificador, roubando para si a luz dos pequenos para que estes não enxerguem a triste realidade de sua própria condição, conduzidos por um facho planejado de luz acinzentada.
A estes pobres, resta apenas o recolhimento à sua própria insignificância ensinada, e a aceitação resignada do destino, inseridos, sem saber, em um grande plano de estoicismo conduzido.
Como pensar além se nascem e vivem sem ser iluminados pela luz das ideias libertadoras e sem alcançar, através de uma educação significativa, o pensar mais profundo que os possibilitaria enxergar o quadro da injustiça vivenciada no dia-a-dia?
Os pobres são os estoicos inconscientes; é a resignação planejada!
A pobreza – de prata e conhecimento – é uma corrente que aprisiona os miseráveis a seus "verdadeiros lugares" – e uma venda negra que obscurece qualquer possibilidade de enxergar-se explorado.
Os que levantam a voz – sem terras e moradia, ecologistas, universalistas ou escravos – são castigados e dizimados a mando dos senhores da terra, das tentaculósas corporações e dos grandes engenhos, como solução final exemplificadora, para que todo rebanho se mantenha sempre sob pastoreio direcionado.
As ideias, estas eles sufocam perfurando as cabeças daqueles que as produzem!
O medo e a ignorância, assim, sobrepõe-se à qualquer possibilidade de dignidade e justiça.
Onde há elitismo sanguessuga desaba a classe dos sem-nada, roubados até mesmo do direito de ouvir o grito de sua própria voz!
É o estoicismo imposto pela mão forte e cruel que esmaga, e que subtrai a luz dos pequenos!
É a vida segue conformada desde sempre por este latifúndio.
EdiVal
24/12/2016