Não, não é de agora que eles mostram a cara: desde a época do descobrimento do Brasil estes cidadãos se servem de sua posição para obter algum tipo de benefício para si, multiplicando a miséria e espalhando uma vida indigna pelo resto da Nação.
Naquela época primordial, diz-se que o escrivão de Cabral (Pero Vaz de Caminha) já chegou pedindo emprego para seu genro, o que seria o primeiro caso de nepotismo em terras de Santa Cruz.
Esta sórdida realidade, a bem da verdade, não é privilégio do Brasil, ocorrendo em todas as eras e lugares; contudo, pelos desdobramentos históricos a corrupção aqui sempre foi grande e veladamente aceita – quiçá admirada – com muitos SONHANDO em pegar um quinhão deste bolo.
Aceita a realidade acima, em primeiro lugar ela não deve ser utilizada como justificativa amenizadora, conformista ou (hetero ou auto)condescendente. Ouve-se, nestes casos: "todo mundo age assim", "prometeu-me um cargo", "rouba mas faz"...
Estes e aqueles – políticos e servidores –, para alcançar a "oportunidade" do cargo público, alardeiam para o mundo integridade, honradez, servir e prometem eficiente uso do dinheiro público em retribuição à "confiança outorgada", mas são todas mentiras e promessas manipuladoras.
Daí nascem os PROMÉCIOS.
Alcançada a almejada posição, só pensam em si e em manter eternamente, a qualquer custo, o poder adquirido.
São estas posturas, todas, identicamente falhas, coxas, mancas.
Daí nascem os servidores CLAUDICANTES.
(Claudicar é um verbo que significa mancar, coxear, fraquejar, cair em erro ou falta – um termo ameno para os modos de ação aqui descritos,)
Por outro lado, CLÁUDIO (aproveitando o trocadilho e o exemplo) é o aeroporto inacreditavelmente construído em terras de parentes por um famoso político – tão debatido nos fóruns da Internet, mas negligenciado pela imprensa e pela justiça. É o perfeito exemplo do que trata este texto e que, por suas características, eu chamo de ""Desvio" de Obras Públicas" e coloco como uma "faceta negligenciada da corrupção no Brasil".
Da história pessoal deste mesmo político (A. N.) obtêm-se concessões de rádios, favores aos poderosos (estrada na fazenda dos Marinhos, viagens de "famosos" em aviões públicos, entre outros), e até mesmo outro aeroporto controverso.
É o protótipo do político tipo "Promécio Claudicante".
Outro exemplo que está pondo o Brasil em polvorosa é Eduardo Cunha. Coxeando impunemente à décadas, coloca o país em frangalhos por seus interesses egoístas e vis.
Promécios são, então, estes que se servem do poder, sugam tudo que podem, retiram o leite dos inocentes, a água da terra seca. Eles mancam e se arrastam pelas falhas do sistema, claudicam freneticamente sem medo de cair, pois a cama é muito macia, e os claudicadores amparam uns aos outros em todas as esferas de poder.
Claudicantes, desta maneira, são os que agiram como se vê na Petrobrás, no cartel nos trens (o "trensalão tucano") e no TRT (ambos de São Paulo), e no gigantesco escândalo do Banestado. São os anões do orçamento, os portadores do dinheiro na cueca, os vampiros da saúde... E assim a lista caminha, Ad infinitum, na Terra Brasilis.
Nossa culpa é vergonhosa porque, mesmo explícita esta verdade desde sempre, nós (o povo) nunca a trouxemos para a esfera do real, da combatividade não-seletiva, da indignação consciente e proativa.
Está na hora de colocar obstáculos para os que claudicam, retirar os corrimões e serrar as bengalas, pois no presente espaço tempo – neste "aqui e agora" – somos nós que sofremos e é a nós que cabe, exclusivamente, o necessário esforço para mudar este sofrível status quo.
E isto deve começar por mim e você, caro leitor, não nos corrompendo nem deixando corromper, seja nas grandes ou pequenas coisas, em qualquer lugar, e fazendo nossa parte para mudar lá em cima também.
Aproveitemos o momento para revolucionar a nós e ao Brasil.
Banamos e ofereçamos bananas listradas aos promécios e aos que claudicam vergonhosamente.
É de baixo para cima que acontecem as grandes e pacíficas revoluções!
Edival
07/12/2015
Atualização de final de ano:
Aécio (Promécio), o político do aeroporto de Cláudio (Claudicante), foi citado por receber R$300.000 de propina.
Provavelmente não é esta a maior mancada deste político manco, mas pelo menos é algo que – sabendo ele ser deste tipo – nos lava a alma e enche de esperança nesta virada de 2015 para 2016.
Que sejam banidos da vida pública todos os Promécios, os que claudicam e contribuem para a miséria de nosso povo! (derradeiros dias de dezembro de 2015)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seus comentários são muito importantes! Obrigado!